Brasil tem mais investidores em cripto do que na Bolsa: o retrato de uma revolução financeira

O cenário de investimentos no Brasil mudou drasticamente nos últimos anos. Dados revelam que mais brasileiros investem em criptomoedas do que na Bolsa de Valores. Números da Pesquisa Nacional das Criptomoedas mostram que cerca de 25 milhões de brasileiros já tiveram ou têm criptoativos, enquanto a B3 registra apenas 5,4 milhões de investidores em ações.

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Criptomoedas ganham terreno no cenário nacional

A diferença é impressionante: 16% dos brasileiros possuem ou já possuíram criptomoedas, enquanto apenas 6% investem na bolsa. Isso significa que os criptoativos têm 2,5 vezes mais investidores do que o mercado acionário nacional. O levantamento, feito pelo Datafolha e pela Paradigma Education, consolidou o Brasil entre os dez maiores mercados consumidores de cripto do mundo.

Além disso, o Bitcoin conquistou reconhecimento significativo: 54% dos entrevistados afirmam conhecer a principal criptomoeda. Isso supera o conhecimento sobre termos como ESG ou até mesmo o próprio tipo sanguíneo das pessoas.

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Por que os brasileiros preferem cripto à bolsa?

Vários fatores explicam essa preferência. Primeiro, o acesso facilitado: com poucos reais, qualquer pessoa consegue começar a investir em criptomoedas através de aplicativos simples e diretos. A bolsa, por outro lado, ainda é vista como burocrática e pouco inclusiva para o público geral.

Segundo, há um perfil cultural brasileiro de busca por maior liberdade e rapidez nos investimentos. As plataformas de cripto oferecem interfaces intuitivas, enquanto o mercado de ações frequentemente exige assessorias ou corretoras tradicionais para orientar novos investidores.

O contexto econômico também influencia. A instabilidade fiscal, juros voláteis e desconfiança nas instituições fazem com que a promessa de retorno rápido e autonomia das criptos seja mais atraente que os fundamentos de longo prazo das ações.

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Crescimento exponencial nos últimos anos

Os números mostram crescimento impressionante. Segundo a Receita Federal, 4,1 milhões de pessoas físicas relataram operações com criptoativos em 2024, um aumento de 22 vezes nos últimos quatro anos. Em suma, a movimentação mensal gira em torno de R$ 18 bilhões, com a stablecoin Tether (USDT) sendo o criptoativo mais utilizado no país.

Na B3, apesar do crescimento de 5% no número de investidores em 2025, chegando a 5,4 milhões, esse avanço é tímido comparado ao boom cripto. O valor em custódia na renda variável alcançou R$ 588,3 bilhões, mas ainda representa uma parcela pequena da população economicamente ativa.

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Produtos cripto na bolsa brasileira

Para atender essa demanda crescente, a B3 lançou diversos produtos relacionados a criptomoedas. Atualmente, há 21 ETFs e BDRs de ETFs ligados ao mercado cripto, além de contratos futuros de Bitcoin, Ethereum e Solana. O contrato futuro de Bitcoin já movimentou mais de R$ 2 trilhões em volume financeiro após um ano de operação.

Os ETFs de cripto concentram mais de 60% das posições em pessoas físicas, mostrando o interesse do investidor brasileiro por produtos regulados no ambiente da bolsa. Contudo, diariamente são negociados mais de R$ 150 milhões em ETFs cripto.

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Demografia e perfil dos investidores

O investidor cripto brasileiro tem, em média, 28 anos e pertence principalmente às classes A e B, com investimento médio de cerca de R$ 45 mil. Em suma, os investidores de ações têm média de 38 anos e também se concentram nas classes A e B.

Cerca de 3 milhões de brasileiros fazem autocustódia de suas criptomoedas, mantendo carteiras próprias. Isso mostra uma busca por autonomia e controle sobre os ativos, característica marcante do movimento cripto.

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Perspectivas futuras

Estudos indicam que 20% dos brasileiros (cerca de 16 milhões de pessoas) consideram provável investir em criptomoedas nos próximos dois anos. O Mercado Bitcoin estima que até 2030, metade da população brasileira – algo em torno de 120 milhões de pessoas – poderá comprar ou manter criptomoedas.

Esse crescimento será impulsionado pelo Drex (real digital) e pela popularização de stablecoins como meio de pagamento. Com regulação mais clara e produtos cada vez mais acessíveis, o Brasil pode saltar da décima para a quinta posição entre os maiores mercados globais em usuários de cripto.

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