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Pump & Dump em Memecoins: Influencers São Processados por Golpe de US$ 200 Milhões

O mercado de memecoins, conhecido por sua alta volatilidade e cultura irreverente, voltou a ser palco de um escândalo bilionário. Em abril de 2025, autoridades nos Estados Unidos e na Europa anunciaram processos judiciais contra influenciadores digitais e criadores de conteúdo cripto por envolvimento em esquemas de “Pump & Dump”, que resultaram em prejuízos de mais de US$ 200 milhões a pequenos investidores.

O golpe, já conhecido no mundo tradicional dos investimentos, envolve a manipulação artificial do preço de um ativo: celebridades e influencers promovem uma determinada criptomoeda — geralmente sem fundamentos — para inflar seu preço (o “pump”) e, em seguida, vendem suas participações no topo, derrubando o valor do token e deixando os seguidores com grandes perdas (o “dump”).


Os casos que chocaram o mercado

Entre os investigados, estão nomes populares do YouTube, TikTok, Twitter (X) e Instagram, com milhões de seguidores. Eles estariam envolvidos na promoção coordenada de memecoins como:

  • $HUSKY2025
  • $MOONZILLA
  • $WAGMIKING

Esses tokens, criados com narrativas cômicas ou satíricas, foram apresentados como “a nova Dogecoin” ou “a próxima Solana dos memes”, prometendo multiplicação de capital e listagens iminentes em grandes exchanges — nada disso confirmado, claro.

As campanhas incluíam vídeos chamativos, memes virais, bots impulsionando o engajamento e até falsos depoimentos de investidores que teriam “ficado milionários em uma semana”. A SEC (Securities and Exchange Commission) dos EUA alega que ao menos 17 desses influenciadores agiram em conluio, criando uma rede de manipulação que movimentou milhões de dólares em horas.


Influencers na mira da justiça

A nova onda de processos traz consequências legais inéditas para criadores de conteúdo cripto. Em um dos casos, um influencer com 3,5 milhões de seguidores no TikTok enfrenta acusação de fraude financeira, prática de valores mobiliários sem licença e manipulação de mercado, com penas que podem ultrapassar 20 anos de prisão, além de multas milionárias.

As autoridades têm usado dados de blockchain e parcerias com plataformas sociais para rastrear os fluxos financeiros. Ferramentas de análise on-chain comprovaram que muitos dos promotores desses tokens venderam suas posições minutos após os picos de preço, gerando perdas instantâneas aos investidores comuns.


O alerta aos investidores

Apesar de não ser novidade no universo cripto, o uso de estratégias de marketing de influência para manipular preços cresceu exponencialmente com a popularização das memecoins — especialmente durante o ciclo altista de 2024-2025.

Para evitar cair em golpes semelhantes, especialistas recomendam:

  • Desconfiar de promessas de lucro rápido ou multiplicação garantida de capital
  • Verificar se o projeto possui documentação técnica (whitepaper), equipe identificada, uso real e listagem em plataformas confiáveis
  • Monitorar carteiras de desenvolvedores e promotores, que frequentemente despejam grandes quantias após o hype
  • Utilizar ferramentas como TokenSniffer, DEXTools e Etherscan para investigar liquidez, histórico de transações e propriedade de contratos

O que dizem as regulações

O caso reforça a urgência de uma regulação mais clara para ativos digitais e tokens meme, especialmente no que tange à responsabilidade de promotores e formadores de opinião. Nos EUA e Europa, leis específicas contra marketing enganoso e manipulação cripto já estão em vigor — mas ainda enfrentam dificuldades de aplicação em ambientes descentralizados e transfronteiriços.

No Brasil, a Lei 14.478/2022, que trata dos prestadores de serviços de ativos virtuais, ainda não contempla diretamente influenciadores, mas já existem projetos de lei no Congresso que buscam responsabilizar digitalmente quem promove tokens sem informar conflitos de interesse ou vínculos financeiros.


Conclusão

O novo escândalo de Pump & Dump com memecoins serve como um duro lembrete: o humor e a irreverência do universo das criptomoedas não podem servir de cortina para práticas fraudulentas. Em 2025, com um mercado cada vez mais maduro e sob vigilância global, a impunidade já não é mais regra.

Para os investidores, a lição é clara: informação, cautela e autonomia são as melhores armas contra a manipulação.
E para os influenciadores que cruzaram a linha entre opinião e golpe, o preço da fama pode ser pago na justiça — com juros.

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